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12 abril 2018

António Aragão foi pioneiro na Arqueologia Madeirense


Em notícia avançada pelo Diário de Notícias da Madeira no dia 12 de Abril de 2018, o Município de Santa Cruz, no âmbito da celebração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios e do Ano Europeu do Património Cultural, vai inaugurar uma exposição contemporânea da autoria do artista plástico madeirense Martinho Mendes e do realizador e fotógrafo polaco Michał Krenz, na Casa da Cultura, que se debruça sobre os vestígios arqueológicos do antigo Convento da Piedade de Santa Cruz, em relação ao qual António Aragão foi o responsável pelas primeiras escavações arqueológicas, acto pioneiro no âmbito da Arqueologia Madeirense. A exposição assume uma carácter crítico em relação ao total desprezo a que as autoridades portuguesas votaram o Património Cultural da Madeira, críticas que tanto foram incansavelmente proferidas pelo próprio António Aragão.

08 fevereiro 2018

Diário de Notícias Madeira: «A Arqueologia complementa muita da informação que a História nos dá - Isabel Gouveia, presidente da ARCHAIS»

Diário de Notícias Madeira
8 Fevereiro 2018

Isabel Gouveia esteve esta semana numa conferência na Escola Gonçalves Zarco. Foto DR

A Arqueologia complementa muita da informação que a História nos dá
Isabel Gouveia, presidente da ARCHAIS

No ano em que a Madeira assinala 600 anos, a Associação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira – ARCHAIS, aproveita a data histórica para abordar a importância da Arqueologia na História da Madeira, desde o Século XV, altura em que começa a presença humana na ilha. A conferência realizada esta semana na Escola Gonçalves Zarco sobre esta temática, foi o mote para uma conversa com Isabel Gouveia, arqueóloga e presidente da ARCHAIS.

Qual a mensagem que tenta passar aos alunos nas conferências sobre Arqueologia?

A ideia é dar a conhecer o que se tem feito nesta área na Região e relacionar os dados com a própria história da Madeira, uma vez que grande parte das escavações que começámos a fazer em Machico, em 1998, reporta até ao século XV, altura em que começa a presença humana na ilha. É, no fundo, transmitir essa ligação entre o objecto material encontrado na escavação e o documento histórico ligado à própria história da Madeira. Faz todo o sentido abordar estas questões agora, numa altura em que estamos a festejar os 600 anos da descoberta da Madeira.

O que tem sido feito nesta área na Madeira?

Abordando a arqueologia na Madeira, as primeiras referencias surgem no século XIX, precisamente na capela dos Milagres, em Machico, onde teria sido encontrado o túmulo do Roberto Machim, ligado à lenda de Machim e que faz parte da história de Machico. Depois, no século XX e nos anos 60, há a intervenção de António Aragão no Convento da Piedade, que mais tarde deu origem ao local onde está hoje o Aeroporto da Madeira. Já nos anos 80 houve intervenções emblemáticas da Casa de Colombo que mais tarde deu origem ao Museu A Cidade do Açúcar, e no final dos anos 90, mais precisamente em 98 surge então a Associação Archais que começa a desenvolver trabalhos e acabou por dar a conhecer vários espaços, entre os quais o Solar do Ribeirinho, a Junta de Freguesia de Machico, a travessa do Mercado e a Alfândega. Curiosamente dois destes espaços tornaram-se espaços museológicos (a Junta de Freguesia de Machico e o Núcleo Museológico Solar do Ribeirinho).

Acha que a Madeira valoriza as questões relacionadas com a Arqueologia?

Hoje em dia está bem melhor, mas quando surgimos, há 20 anos, os arqueólogos eram ‘vistos de lado’ porque eram muitas vezes chamados a uma obra, para fazer o acompanhamento, e os empreiteiros achavam que iriam atrasar a obra. Mas acho que nos últimos anos tem havido um bom trabalho. No Funchal o trabalho feito no Forte de São Filipe mostra que há outra preocupação com a arqueologia porque complementa muita da informação que a História nos dá. Num arquipélago que está prestes a completar 600 anos, ainda há muito por descobrir, mas noto outra sensibilidade por parte das pessoas e um maior interesse das escolas em promover conferências.

O que faz falta nesta área?

Faz falta mais arqueólogos porque a maior parte está a dar aulas de história. Há falta de recursos humanos para fazer, por exemplo, uma grande escavação na Madeira, embora compreenda que aqui não haja essa tradição.

De que forma a arqueologia ajuda a conhecer os 600 anos da Madeira?

Através das escavações vamos encontrando objectos (moedas, cerâmica, ossos) e ficámos a conhecer melhor o dia-a-dia dos nossos antepassados. No Solar do Ribeirinho, temos uma peça do século XV (um copo) que mostra o que era usado naquela altura. É a forma de conhecermos e estudarmos a história dos que habitaram a Madeira no início da povoação.

Quando vai às escolas, sente interesse por parte dos jovens?

Sim porque levo objectos antigos e mostro os utensílios usados nas escavações. A ideia é que possam tocar e ver as diferenças dos objectos usados no dia-a-dia dos primórdios na Madeira.

Falou que havia poucas escavações na Madeira. Lamenta?

Tivemos várias escavações em Machico, onde encontrámos coisas importantes da história da cidade, mas é uma área que não é muito contemplada. As obras deveriam ter acompanhamento arqueológico porque há sempre a possibilidade de aparecer alguma coisa relacionada com o nosso passado. Debaixo do nosso Funchal haverá certamente uma cidade mais antiga, mas isso é uma questão de prioridades e de políticas. Continuámos à espera da abertura do Museu de Arqueologia na Fortaleza de São Filipe, tal como foi dito, e aguardamos para ver como ficará aquele espaço que foi uma das grandes obras arqueológicas da Região.

in Diário de Notícias Madeira, 8 de Fevereiro de 2018

10 outubro 2010

António Aragão - Arqueologia madeirense na Universidade de Lisboa





“O arqueólogo madeirense Élvio Sousa foi convidado a participar no próximo dia 7, segunda-feira, no ‘Memórias, Discursos e Práticas Sociais’, um seminário promovido pelo Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com sessões semanais destinadas a todos os interessados e em especial aos estudantes e investigadores de História Medieval.

Élvio Sousa vai em representação CEAM - Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e vai fazer uma apresentação intitulada ‘Ilhas de Arqueologia. O Quotidiano e a Civilização Material na Madeira e nos Açores (sécs. XV-XVIII)’, onde aborda sobretudo a arqueologia madeirense, em especial a evolução da investigação em Santa Cruz e no Funchal. A comunicação é parte do trabalho que o investigador está a realizar para a sua tese de doutoramento, que é mais abrangente e dedicada à Arqueologia da Madeira e dos Açores e que deve entregar em Abril de 2011.

Segundo o especialista, houve um trabalho pioneiro em Santa Cruz com a intervenção nas ruínas do Convento da Piedade por parte de António Aragão e o Funchal destacou-se também pelos muitos acontecimentos pautados por achados ocasionais que despertaram o interesse das elites intelectuais, havendo mesmo a sugestão de criação de um Museu Arqueológico no início do século XX, contou. “O que muita gente não sabe, particularmente em Lisboa, é que a arqueologia começou na Madeira muito prematuramente também”. Segundo o seu trabalho, nos anos 60 já havia e, de uma forma já tecnicamente feita, foi iniciada por D. António Aragão na cidade de Santa Cruz, na ruínas do referido convento. Em termos de escavações, há registos no séc. XIX nas Ilhas Selvagens e em Machico. “É uma informação que é muito importante não só para a Madeira, mas para a própria Faculdade porque os métodos que foram adoptados, com a preocupação técnica que foi tida em conta, é bastante para explicar o nascimento da arqueologia em Portugal e que a Madeira foi importante, tal como foram os Açores na mesma altura, mas com outra pessoa”, justificou.
O Forte de São José, a Quinta dos Padres, o Solar Dona Mécia e a Capela da Esperança são exemplos que vai levar a Lisboa.”

Diário de Notícias Madeira, 5 de Junho de 2010.

(Em http://ceam.pt/?p=2158).